Nessa obra nos é apontado que temos uma visão domesticada de quem Jesus é e como isso dificulta o nosso processo de sermos transformados a imagem dEle. Estamos o tempo todo, de forma incoerente e inconsciente, tentando melhorar o nosso senso de valor próprio em bom histórico moral. Na primeira parte do livro o Rev. Dane nos mostra que Cristo contrariou o senso comum de sua época demonstrando que a obediência daquele povo era, na verdade, desobediência sutilmente velada. O leitor será capaz de entender que as alegrias preparadas para o povo de Deus não estão em suas qualificações para elas, mas na aceitação humildade de suas fraquezas, não somente quando tragicamente caímos, mas também em nossa tentativa de obedecer. A nossa reprovação está em achar que nos qualificamos e a nossa aceitação no reconhecimento de que somos totalmente desqualificados. Cristãos obedecem não para conquistar o amor de Deus, mas porque são amados por Deus. Eles obedecem de coração.
Na segunda parte do livro temos a subversiva ideia de que o salvador do mundo seria um servo sofredor que chamaria um povo exclusivamente seu para carregar a cruz e segui-lo. Quanto disso contraria o senso comum dos judeus de sua época e o nosso próprio? Os judeus do passado e nós esperamos glória de Jesus, mas ele quer que o nosso pedido seja por misericórdia. E é só dessa maneira que recebemos ambos, glória e misericórdia. Aqui o autor nos mostra cegueira moral sendo curada através do reconhecimento da cegueira.
Na terceira e na quarta parte do livro somos levados a contemplar os excluídos sendo incluídos e a surpresa do criador como criatura. Nessa altura da leitura, iremos nos aprofundar nas verdades de que o povo que se achava incluído estava, na verdade, excluído e, os que esperavam estar fora, foram, na verdade, incluídos. Quanta surpresa deve acometer os nossos corações o fato de que Cristo busca exatamente os desqualificados, os fracassados e os que dessa forma se sentem. O chamado de Jesus é, nos termos de hoje, para os viciados, criminosos, prostitutas e todos aqueles que se sentem indignos e nunca para aqueles que olham para as suas obras e se acham aptos para a glória por vir. Por fim, temos a explicação do alto e sublime Deus se humilhando em forma de homem para chamar os indignos e vis para o reino eterno. - Quanto deleite podemos tirar dessas verdades!
Irmãos, que essa seja mais uma leitura que prenda os nossos corações a essa graça subversiva, triunfante e totalmente gloriosa.